quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Dados Profissionais


Dados profissionais

Segundo FADIGMAN, James; FRAGER, Robert, Alfred Adler, aos 18 anos, entrou na Universidade de Viena para cursar medicina. Adler conseguiu o título de médico em 1895 da própria Escola de Medicina da Universidade de Viena (PINTO, M.J.C.; MORAIS, J.C.S.; AUGUSTO, J.M.S.) e iniciou sua carreira profissional especializando-se em oftalmologia, mas logo cedo ele mudou para a prática da Clínica geral. Desde seus primeiros anos como médico, ele deu ênfase à consideração do paciente em relação à totalidade do meio, através de uma abordagem humanista, holística, orgânica dos problemas humanos. O seu crescente interesse pelo funcionamento e adaptação do sistema nervoso levou-o, por volta do ano de 1900, a enveredar pelas áreas da Neurologia e da Psiquiatria, investigando a psicopatologia no campo da medicina (FADIGMAN, James; FRAGER, Robert.).

De acordo com COBRA, R.Q., em 1902, Alfred Adler tornou-se um associado muito próximo ao seu colega neurologista e austríaco Sigmund Freud. Conhecendo a reação favorável de Adler às suas idéias expostas em seu livro sobre a interpretação dos sonhos, Freud convidou-o a juntar-se ao grupo que se reunia semanalmente em sua casa para discutir psicopatologia, integrando-se assim, ao grupo que ficou conhecido como “Sociedade Psicanalítica de Viena”. Adler era aparentemente o membro mais ativo do grupo e gozava de uma alta estima por parte de Freud (FADIGMAN, James; FRAGER, Robert). Porém, gradualmente, as diferenças entre os dois tornaram-se irreconciliáveis, principalmente depois que Adler publicou o seu Studie uber Minderwertigkeit von Organen (“Estudo sobre a inferioridade orgânica"), em 1907, no qual sustenta que as pessoas tentam compensar psicologicamente seus sentimentos de inferioridade devidos a suas deficiências físicas (PINTO, M.J.C.; MORAIS, J.C.S.; AUGUSTO, J.M.S.).

Um dos principais postulados de sua doutrina era a necessidade de ver o homem como um todo; uma unidade funcional, reagindo ao seu meio tanto quanto aos seus próprios dotes físicos, em lugar de vê-lo como um somatório de instintos, desejos e outras manifestações psicológicas. A compensação insuficiente dá como resultado a neurose, assim designada qualquer manifestação de desordem funcional da mente ou das emoções. Em 1908 ele argumentava que o instinto de agressão é primário e que os demais instintos estavam subordinados a ele. Adler nunca aceitou a teoria original de Freud do trauma sexual, segundo a qual os conflitos sexuais da infância seriam a causa das doenças mentais, e chegou mais tarde a reconhecer na sexualidade apenas um papel simbólico na busca do homem em superar sentimentos de inadequação. Adler jamais aceitou a primazia da teoria da libido, a origem sexual da neurose ou a importância dos desejos infantis. Ele se opôs à generalização na interpretação dos sonhos como expressão unicamente de satisfação sexual.

Adler e Freud, já eram divergentes no Congresso de Psicanálise de Salzburgo de 1908, e, em 1911, estavam irreversivelmente separados no Congresso de Nuremberg. Assim, Adler retira-se do movimento psicanalítico iniciado por Freud, e a fundar seu próprio grupo de reflexão, “Sociedade para Psicanálise Livre”, re-denominada, em 1913, “Sociedade para a Psicologia Individual”, que gradualmente se propagou pela Europa (FADIGMAN, James; FRAGER). Após esse rompimento, Freud e Adler nunca mais se encontraram.

Quando Adler abandonou o círculo de Freud em 1911, formou seu próprio círculo de debates e desenvolveu suas idéias, primeiro no Uber den nervösen Charakter (1912 - "Sobre o caráter neurótico"). O sistema foi aperfeiçoado nas edições posteriores desse trabalho e em outras obras com suas conferências feitas no Instituto Vienense para Educação de Adultos.

Segundo FADIGMAN, James; FRAGER, Adler e seus seguidores tornaram-se ativos no campo da educação, especialmente em treinamento de professores, pois Adler acreditava que era de extrema importância trabalhar com aqueles que formavam a mente e o caráter dos jovens. Adler e seus associados também estabeleceram centros de orientação de crianças nas escolas públicas, onde estas famílias podiam receber aconselhamento. Por volta de 1930, somente em Viena, havia trinta clínicas deste tipo. Estas eram visitadas por profissionais estrangeiros, o que estimulou a abertura de clínicas similares em outros países (CAMPBELL, J.B.; HALL, C.S.; LINDZEY Gardner, 2000).

A partir de 1914, durante a I Guerra Mundial, Adler serviu como médico na armada austríaca, envolvendo-se em vários projetos ligados à formação de clínicas associadas a escolas estatais, período durante o qual divulgou largamente a sua teoria. Depois da guerra ele se interessou pela orientação infantil e criou as primeiras clinicas de orientação, relacionadas ao sistema escolar vienense. Ele também inspirou a criação de uma escola experimental em Viena, onde foram aplicadas suas teorias de educação. (CAMPBELL, J.B.; HALL, C.S.; LINDZEY Gardner, 2000).

Adler publicou muitos escritos e monografias e também começou a dedicar grande parte do seu tempo a excursões para fazer conferências pela Europa e Estados Unidos. (FADIGMAN, James; FRAGER, Robert, 1986). Adler viajou aos Estados Unidos pela primeira vez em 1926 e tornou-se professor visitante na Universidade de Columbia em 1927, e auxiliar em 1929 (COBRA, R.Q.). Suas várias clínicas em Viena foram fechadas pelos nazistas, com isso, Adler e sua família abandonam Viena para sempre (PINTO, M.J.C.; MORAIS, J.C.S.; AUGUSTO, J.M.S.). Então ele estabeleceu-se nos Estados Unidos e aceitou um cargo de psicologia médica na Escola de Medicina de Long Island em 1932 (FADIGMAN, James; FRAGER, Robert, 1986).

Adler foi um escritor prolífico e um palestrante incansável. Ele publicou muitos livros e artigos durante sua vida. The Practical and Theory of Individual Psychology (1927) é provavelmente a melhor introdução à teoria de Adler da personalidade. Os sumários mais curtos das idéias de Adler aparecem em Psychologies of 1930 (1930) e no International Journal of Individual Psychology (1935). Heinz e Rowena Ansbacher (1956, 1964) editaram e comentaram dois volumes contendo uma extensa seleção dos textos de Adler. Esses dois volumes são as melhores fontes de informação sobre a Psicologia Individual de Adler (CAMPBELL, J.B.; HALL, C.S.; LINDZEY Gardner, 2000).

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